Olá você, parece que fui pego numa daquelas teias de solidão tecidas pela vida e espertamente colocadas em seu caminho feliz. Agora preciso compartilhar a dor que eu sinto que vem de lugar nenhum e para lá pretendo que volte. Mas admito que gosto de sofrer enquanto ela me abraça. Para melhor compreensão de meu pesar, peço que escute o clipe baixinho enquanto lê, por que intensifica tudo de pior :'')
Doce falecer
Peço que quando eu não mais me mover
Não mais sorrir, ou chorar, ou puder respirar
Mande-me para a mãe terra, num barco em chamas
Como todo o herói gostaria de se despedir desse mundo.
As vezes eu acho que já passei tempo demais andando por aqui
Pelas ruínas que um dia chamei de lar
Não consigo mais me sentir feliz aqui
As flores do chão que piso não o tornam mais belo ou mais aconchegante
Nem menos dolorosos os meus passos pela estrada da solidão.
Não me importam mais os cantos dos belos pássaros
Que nas árvores louvam o céu e o infinito do horizonte
Não me importam mais os sorrisos e beijos que recebi durante a vida
Ou as lágrimas que já derrubei pelos corações que me despedaçaram.
Não vejo mais sentido em deitar e esperar pelo amanhã
Pelo brilho do sol que a todos ilumina
Quero viver na noite, à sombra do dia, onde não posso ser visto
Lá tenho outros olhos, milenares e sábios,
Não sou criança nem adulto, sou simplesmente eu.
Quando meu coração parar de tamborilar
E meus lábios perderem a cor após o beijo da Morte
Pense que já fui feliz, que muito compartilhei do pão e vinho nessa vida
Que meus arrependimentos tranquei num lugar que só eu sei
Quando meu barco em chamas estiver não puder mais ser visto
Acene para o horizonte, pense que eu ainda consigo vê-lo
Pois consigo, agora que não mais me prendo ao corpo, posso observar tudo e a todos
Sou onipresente e ao mesmo tempo... Apagado.
M
