Eustáquio caminhava pelo corredor que o levaria ao seu possível fim, atrás dele estava a princesa Dianna com Alarme em seu colo. Que belo fim de carreira, pensou o homem. Nenhuma descoberta impressionante como arqueólogo, vão demorar pelo menos um mês para notarem que sumi.
Uma luz surgiu no fim do corredor e os guardas que escoltavam Eustáquio apertaram o passo, estavam mais ansiosos para o julgamento que seu prisioneiro.
- Como assim você não está ansioso? Julgamentos não são sempre tão empolgantes?!
Eustáquio teria pulado para o lado com o susto, mas movimentos bruscos poderiam ser mal interpretados. E ainda por cima, ele sabia que era o único que podia ver a figura que dissera a frase, seu "clone" imaginário.
A figura continuou:
- Você será julgado pela civilização que redescobriu, quantos arqueólogos já fizeram isso? Bem, quantos sobreviveram para contar a história? - O homem parecia divertir-se com a enrascada que Eustáquio se metera.
Esse, pensou Eustáquio, é o preço da fama. Já aprendi isso muito tempo atrás, quando levei Phills e seu amigo para um planeta desconhecido e os desgraçados me roubaram meses de trabalho.
- O que vai acontecer com você quando eu morrer? - Sussurrou o verdadeiro Eustáquio.
- Não sei, talvez uma vida após a morte? - O homem gargalhou - Pare de levar tudo a sério, você nem sabe o que vai acontecer lá! Talvez um grupo de baleias voadoras chegue do céu e salve o dia, como foi no planeta Zephiros, lembra?
Eustáquio para sua cópia, incrédulo. E o homem leu seus pensamentos, afinal, estava dentro da cabeça dele mesmo.
- Não foi o que eu quis dizer - Desculpou-se - Só estava tentando descontrair.
Eustáquio foi banhado pela luz do dia e pelos gritos de uma arena lotada. Chegara a hora. Os guardas acompanharam Eustáquio até uma base poucos centímetros mais alta que o chão e acorrentaram seus pulsos em ossos enormes presos à ela. Dianna e Alarme tomara seu lugar em uma plataforma enorme ao centro da arena, e ali estava ele, sentado em um trono digno de um imperador. Nero Meteoriyon.
- Povo de Nebulozzia Paraglaidius - Disse o imperador, erguendo-se de seu trono. A arena ficou em silêncio absoluto ao ouvir a voz de seu poderoso líder - os fracos e covardes não têm vez aqui em nosso planeta. Diante de vocês está um invasador vindo do céu. Minha filha Dianna, bondosa como sempre, sugeriu que julgássemos tal criatura como um dos nossos.
Eustáquio ouviu sons de decepção nas arquibancadas, isso deveria ser um bom sinal para si, imaginou. Mas o imperador ainda não terminara.- Eu aceitei a sugestão, porém, para que isso aconteça ele deve provar que não é fraco e covarde como aparenta ser.
Os gritos de aprovação começaram e ficaram ainda mais altos quando Nero gritou:
- Tragam as Nacronéias!