19 novembro 2015

A História de Eustáquio (Capítulo 14 - A Anti-resistência)

Antes de acordar acabado, como se não tivesse dormido, o subconsciente do nosso pobre protagonista resolveu aprontar algumas peças com ele. Foi uma noite divertidamente assustadora, tudo começou bem... Numa clareira ensolarada de rosas brancas ele se encontrava sorridente correndo em direção à coisa mais bela que já havia visto, a princesa Dianna num vestido de noiva à moda da casa Meteoryon branco com detalhes em marfim e dourado, com os lábios pintados de azul-cometa, usando uma coroa dourada adornada de diamantes e safiras. Ela o esperava de braços abertos num sorriso de criança que acaba de ganhar o brinquedo mais esplêndido que já existiu (o que na verdade já existe, foi inventado pelos Euroglomanos em X89 a.Parsec e ninguém sabe ao certo o que é, mas na embalagem consta o nome "o brinquedo mais esplêndido que já existiu").
Mas conforme ia se aproximando, pode notar leves distorções em seu mundo de fantasia, que aos poucos ia rachando. Percebeu que a terceira princesa possuía duas cabeças agora, com olhos esbugalhados e dentes enormes, e agora eram quatro, depois seis, depois oito. Num piscar de olhos o vestido lindo de casamento havia se tornado parte da pele de uma Necronéia gigante, pronta para devorá-lo.
Assim que piscou novamente, estava numa sala escura, com os pés e mãos atados. Sentiu uma necessidade lasciva de água, a garganta já lhe doía, também sentia os dedos dos pés frios, sem sapatos encostando no chão rústico. Era um local sem iluminação nenhuma, a não ser por uma tocha na parede. Podia-se claramente ver que era um cômodo pequeno sem janelas, pelo frio devia ser subterrâneo. Percebeu que estava sem as roupas, somente lhe tinham sobrado as calças, se bem se lembrava tinha ido dormir exatamente assim na noite passada, mas como fora parar ali? De repente a porta abriu
- Desculpe surrupiar-lhe do leito tão tarde da noite senhor campeão, foi algo... Necessário. - Uma voz desconhecida se demorou na última palavra de forma perigosa e adentrou o cômodo trajando couro apertado revelando formas curvilíneas de tirar o fôlego. A princesa Apogeae lhe sorriu com malícia.
- Pr-princesa...? - A cara de espanto do astronauta foi tamanha que prolongou o sorriso maníaco da segunda princesa do império Meteoryon.
- Parece que você ouviu só um lado da história, deve estar confuso, então eu devo lhe contar o outro lado. - Disse ela deslizando o dedo pelo peito nu do pobre homem.
A criatura maníaca aparentemente mostrava sinais de estar acordando novamente "LOGO AGORA?". A mulher em couro puxou uma cadeira simples de madeira e se prostrou de frente para o homem amarrado. - Deixe-me apresentar como Sub-general da Anti-resistência.
- E quem seria o general? - Perguntou Eustáquio já com medo da resposta.
- O meu tio. - Dessa vez não houve nem rastro de emoção no sorriso amarelo da Sub-general.