- Sabe que meu pai está furioso, certo? - Perguntou a princesa Dianna.
- Por pedir para encontrá-la a sós? Acredito que podemos contornar essa situação - Eustáquio sorriu.
Eles caminhavam por um belo jardim com flores enormes e pássaros ainda maiores que cantavam e corriam com a aproximação da dupla. Eustáquio estava boquiaberto com a variedade de espécies e cores que via, então Dianna decidiu conduzir a conversa.
- Não está acostumado a ver seres belos, arqueólogo?
- Não enquanto ainda estão vivos - Disse ele, sorrindo. Dianna retribuiu o sorriso, fazendo com que Eustáquio suspirasse lentamente.
- Trabalho interessante o seu. Descobrir do passado estudando os restos... o pó - A princesa pareceu divagar em seus pensamentos.
- Falando assim parece um trabalho vazio. Amo minha profissão pela forma com que possibilita a interação com povos já extintos, com crenças que nós desconhecemos no vasto universo. É isso que falta para as pessoas do espaço, na minha opinião. Crer em algo.
- Certamente elas acreditam em si mesmas...
- Autoconfiança é algo pífio perto das religiões que deixamos se perderem. Não quero que todos os seres sejam escravos, servos de uma crença. Mas todos os povos que descobrimos acreditavam em um deus e isso os mantinha na linha, os unia. Nós preci...
Eustáquio foi interrompido quando Dianna rapidamente aproximou-se, beijando-lhe. O beijo foi demorado e cheio de "expectativas", como o homem preferiu classificar, foi um beijo diferente por vários motivos. Um desses motivos era o fato da princesa Dianna ter a língua partida ao meio, característica que até então, Eustáquio desconhecia.
O beijo encobriu toda a janta e as celebrações feitas naquela noite. Quando se deu conta, o arqueólogo já estava deitado em uma grande cama redonda com lençóis vermelhos. Sozinho, lamentou-se.
De repente, ouviu batidas na porta de seu quarto.