Olá você, acho que estou nessa vibe meio "me beija, quero te matar" pq ultimamente só consigo pensar em poemas desse calibre. Sei lá, enfim, gostaria de lhes avisar que em breve pretendo postar um vídeo por aqui explicando nossa ausência (com ou sem o sr. J) e pretendo trazer novidades (algum dia quem sabe).
Doce feito picada de cascavel
Teu veneno desce redondo na goela
Dobra o que toca, gela o que encontra
Inclusive o coração pobre e indefeso
O brilho fosco dos olhos, amarelos
Se reflete no escuro ao alcançar da vista
O estalar da língua não se nota à distância
Mas é a noite estática sua hora preferida
Ela mora no silêncio do desespero
Cerca a vítima até a exaustão
Então a conforta até o fim
E se deleita ao esvair da vida
A língua comprida denota a grandeza
Da rainha do mato, jiboia traiçoeira
Do olhar penetrante e ataque fatal
Da imensa beleza e encontro final
O sorriso afiado é o último aviso
De que você não tem mais escapatória
Não há como fugir dos seus beijos
E quem deles prova uma vez,
Sempre retorna à fila.
Mas eu sigo tranquilo pelo matagal
Já tive um encontro com esse animal
Refletido em seus olhos, um medo abissal
Mesmo as cobras temem leões, afinal.
M