30 janeiro 2015

Perdão pelo Vacilo

Olá vocês, meu próximo "trabalho" é mais um desabafo do que uma homenagem, ou uma narração, ou o que quer que eu faça além dos outros citados... Enfim, de súbito fui iluminado pela compreensão de que não tenho tratado quem eu gosto bem ultimamente, fiquei seco ao descansar ao Sol. Perdi a compreensão da compreensão aos outros. Desaprendi a ser EU... Minhas sinceras desculpas abaixo:

Mão direita de Deus

Quando eu compreendi o que estava fazendo...
Já não tinha como voltar atrás, pois o tempo só corre em direção ao futuro
Seu leito não pode ser enganado ou parado, nunca.

Ao longo do tempo, minha fé cega no julgamento divino
Me fechou os olhos para o que acontecia à minha volta
E um por um eles caíram ao chão...

E eu fui responsável pela sua queda,
Foi a minha mão que se banhou em seu sangue
Depois que lhes tirei a vida, impiedosamente.

Tantos amigos que me estenderam a mão quando eu errei o caminho
E eu lhes virei as costas da pior maneira possível...
Sem dizer adeus, sem dizer o quanto eu me importava
E hoje eu realmente me importo...

Eu me importo em me importar, mas isso já não importa mais
Eles já se foram, a todos eu matei, e cavei suas covas...
Estão todos sepultados, na janela da cabana na floresta
À qual eu uso como refúgio dos medos e pecados que cometi
Onde eu posso me sentar na cadeira de balanço do arrependimento, e só...
... Simplesmente só... Estar só, ser só, só aceitar, só chorar.

Mas eu mudei, quando vi o que estava fazendo.
A todos trago flores que crescem nas vielas do meu coração magoado e negro
Flores tão escuras que dão inveja à pálida Dona Noite... Mesmo postas ao Sol
Sol este que me secou por dentro, assim como rios que cansam de viver e vão pro infinito
Mas não a culpa deste um, não o fardo que este um carrega nas costas

O fardo de ser um assassino, de ser cego para a verdade que não absoluta
Um cego que por achar que estava fazendo o certo, fez o errado
Um que semeou com sangue a inocência, e colheu sofrimento...
Sofrimento que carrega no bolso da jaqueta, para que lembre dele, quando sentir o peso extra.
Peso que nunca vai sair do coração de um homem. Um iludido!

Enfim, se esfarela a mão que tantas cabeças ceifou, que tantas viúvas criou, que a roda do tempo levou...
Enfim são decepadas as asas que um dia espelharam o amanhecer, que viram o mundo crescer, que agora repousam ao chão...
Enfim são retirados os olhos que tanto viram, e nada têm para contar, que já são brancos como a neve já sonhou algum dia ser...
Enfim se esvai o último suspiro tristonho da Mão Direita de Deus, que tantos pecadores puniu, menos a si mesmo...
M